Mais uma vez sejam bem-vindos ao meu ''Palace of Wisdom'', sítio só ao alcance dos melhores e que até hoje poucos tiveram a oportunidade de conhecer. À semelhança da semana passada, trago-vos hoje três assuntos que se coagitam na minha mente e me revoltam a alma. E sem mais demoras...

Enquanto escrevo estas linhas, sentado em frente ao ecrã, sinto-me perplexo e, de certa forma, desiludido ao ler a notícia de que Mr.Kennedy fora despedido. Eu gosto particularmente deste lutador e já aqui fiz uma crónica onde expressava o meu desejo de ver Kennedy ao mais alto nível. Desde o início do seu percurso, percebia-se que não era apenas mais um igual aos outros, tinha algo de diferente, algo de carismático. Cedo se percebeu que, apesar de novato, tinha algo em que destacava: tinha uma voz que ecoava por todos os cantinhos do recinto, como se mostrasse o enorme desejo que tinha em singrar, o que ajudava e muito à tão essencial realização de promos. Sem dúvida alguma, esse era já um ponto a seu favor. Depois, era dono e senhor de uma das melhores e originais entradas que eu já tive oportunidade de ver. Em pleno centro de ringue, a média luz, pegava no microfone que descia do tecto e apresentava-se a seu belo prazer. Com o tempo, foi ganhando experiência e confiança e foi provando que era uma mais valia no plantel. Deu-nos boas feuds, vide com Undertaker, por exemplo, e, assim, os dados estavam lançados. No entanto, nem tudo foram rosas. As lesões foram sempre o seu calcanhar de aquiles e sempre nas alturas mais importantes, estas vinham-lhe bater à porta. Eram uma constante. Certamente, terá sido por isso que não deu aquele passo em frente rumo ao main event mais cedo. E terá sido também por isso (para não falar em movimentações de bastidores pela parte de alguém) que, agora que estava a voltar e que sobre ele estavam depositadas muitas esperanças, terá chegado ao fim esta caminhada de Ken Kennedy, após ter regressado no último Raw, com o main event e o campeão Randy Orton em vista, o que torna esta questão do despedimento um tanto ou quanto confusa.

Victoria. Ah, que saudades. A divisão feminina da WWE tem decaído e muito de qualidade, é um facto. Antes, a atenção dada às divas era um pouco metade para o look e metade para as habilidades em ringue. Por um lado havia Bikini Contests, mas por outro havia também bons combates entre elas. Divas como Victoria, Lita e Trish Stratus, por exemplo, eram sinónimo de bons combates. Agora só consigo ver Beth Phoenix e Natalya com capacidades para combater e talvez Melina. Ora, não seria melhor para todos se Lisa Marie Varon continuasse na empresa que todos nós gostamos, em vez de assistirmos a fraquíssimas exibições de uma Kelly Kelly ou Alicia Fox? Eu gosto da “Black Widow”, uma das minhas divas preferidas, era agressiva, intensa e conseguia também ser sexy e não a censuro de ter abandonado a WWE, visto que esta não soube reconhecer as qualidades que possuía, dando-lhe o título da divisão feminina apenas por duas vezes, quando Mickie James, por exemplo, já é campeã por quatro vezes, estando muitos furos abaixo da “The Vicious Vixen”. Além disso, tal como Mr.Kennedy, teve um último combate que não contribuiu em nada para enaltecer a sua pessoa, que como bem se lembram foi uma derrota com Michelle McCool no SmackDown.

Outro caso idêntico será o de Elijah Burke. Teve sempre bons desempenhos nos combates que realizou e era consensual que tinha qualidades que, bem desenvolvidas, poderiam abrir as portas para uma consolidação na empresa de Vince. Este até apostou em Burke para liderar o grupo “New Breed” no confronto contra os “ECW Originals”, pois achava que ele poderia ser o futuro da ECW. Depois disso, Burke continuou a sua carreira, mudando-se para o SmackDown, mas acabou por ser despedido. Cheguei ainda a pensar que poderia ser ele o sucessor de Booker T como o negro que mais se destacava na WWE, mas tal não aconteceu.

Estas três superstars têm em comum o facto de serem bons atletas, o que não impediu que fossem despedidos (isto ainda toma contornos mais trágicos tendo em conta que nomes como R-Truth, Khali, Hornswoggle, Jimmy Wang Yang, entre outros, continuem por lá) e estejam a caminho da TNA, sendo que Victoria e Elijah Burke já lá estão e será provavelmente esse o destino de Mr.Kennedy. Esta situação já não é nova, mas mesmo assim, nunca me dei ao trabalho de acompanhar TNA, até porque o produto da WWE enche-me, por vezes, as medidas e a falta de tempo não me permite acompanhar outras companhias, porém, com mais estes três atletas acima citados na companhia de Orlando, sinto-me tentado a começar a seguir. Se formos a ver, antes consideravam que era o “lixo” da WWE que ia para a TNA, agora isso começa a mudar e chegamos ao ponto de termos grandes estrelas da WWE a figurar e a expôr todos os seus atributos na Total Nonstop Action. É curioso verificar que, em tempo de crise a nível de audiências, é a própria WWE que está a alimentar a concorrência e a fazê-la evoluir, pois suponho que não serei só eu a querer seguir a TNA para continuar a acompanhar o percurso destas superstars.

Portem-se mal peeps ; )