Pergunto-te: Quem és tu? O que sabes da tua vida? Heróis, malfeitores ou apenas uma simples pessoa… Será que algum destes estereótipos cabe em ti? Ou melhor dizendo: Será que cabes em algum destes estereótipos? Acusas-me e impinges a minha falta de profissionalismo a toda gente, mas eu ainda não percebi o que tu queres. O meu fim? A minha desgraça? Acredita que isso não conseguirás, pois por mais vezes que caia, por outras tantas me levantarei. Se sou perfeito? Não, a verdade é que não o sou. A minha vida e o meu estilo sempre foram para além dos limites, talvez por isso as pessoas duvidem tanto de mim. Dentro do ringue tenho um estilo, atraente ou não, a verdade é que eu tenho um estilo… inconfundível! E tu? Poderás tu te vangloriar do mesmo? Acho que não. Por toda a minha vida eu trabalhei para que isto fosse possível, porque queres que termine com tudo isto? Outros objectivos… Mas, e os fãs? Se já os desiludi tantas vezes e eles ainda acreditam e gostam de mim, porquê desiludi-los agora, que tenho um futuro digno de enfrentar?
Respeito, fama, dinheiro e dignidade ganhei-as com o tempo, os anos fizeram-me crescer e amadurecer, nem sempre da melhor maneira é certo, mas sempre fui um rebelde, chego a pensar que muitas vezes fui um inconsciente. Mas hoje estou aqui de corpo e alma e os vícios do passado não me deitaram por terra. A cada dia tenho uma provação, a cada hora um novo desafio e por cada combate algo a mostrar. Será que isso vale a pena? Será justo, tanta dúvida em redor do meu valor? Eu sei que não gero consensos, até porque muitos não gostam do meu estilo, mas acredita que continuarei com este estilo, seja na vida, dentro do ringue ou num outro qualquer objectivo de vida.
Os episódios rocambolescos ao longo da minha vida são mais que muitos, não vale a pena negar. Continuamente infrinjo as regras e passo os limites, mas eu sei que todos nós ultrapassamos os limites, nem que seja uma única vez na vida. Aliás, aposto que tu, apesar das críticas, aprecias o meu modo de vida e gostavas até de, por um dia que fosse, viver como eu… nos limites. No entanto sei que este estilo de vida não poderá continuar por muitos mais tempo, até porque com todos os combates o meu corpo vai ressentindo as várias mazelas. Também acredito que nos últimos tempos tenho vivido de uma outra forma, força da idade, pensas tu, força das experiências, respondo eu.
Agora, e porque o “hoje” é o mais importante, tenho um enorme desafio pela frente, talvez o maior da minha carreira. Serei capaz? Estarei eu à altura? Tu duvidas… Eu tenho a certeza que sim e sei que eles estarão sempre comigo. Isso é o mais importante, o resto é um mar de certezas imperfeitas. Por “eles” e para “eles” eu trabalho arduamente. Acusas-me de sobrevalorização e de benefício pelos mais altos responsáveis, devido às enormes receitas que gero. Ignoro-te, acredito que neste desporto o ditado: “O hábito faz o monge” não faz muito sentido, mas sim o inverso: O monge faz o hábito. Com isto quero dizer-te que a personagem que represento e que faço no ringue se deve ao meu valor e não só a uma qualquer ideia de booking, qualquer outro tipo de personagem eu não era capaz de fazer. Pergunto-te novamente: Quem és tu?

Quem sou eu?
Eu sou o Jeff Hardy e este é o meu conflito interior…
Um abraço
“This is the real life…”
Enviar um comentário