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Simply Questions #29 – A mais singela das homenagens
Post por César Santos
Título. Por mais que se queira desvalorizar o simbolismo de um título no pro-wrestling , a verdade é que em qualquer desporto ou competição tudo gira à volta do título e, nesse aspecto, o wrestling não é diferente, salvaguardando-se, contudo, a sua função e a forma pouco comum como é conquistado. Ontem, hoje e amanhã continuará a ser simbolo de prestigío, de talento e de dedicação, logo será sempre um imenso orgulho para qualquer lutador ser portador de um título de uma promotora. Técnicos, high flyers ou brawlers, só para citar um ou outro exemplo, são estilos diferentes que cabem na mesma indústria e que, quer queiramos ou não, em kayfabe, têm como principal objectivo alcançar títulos, de preferência o mais alto dos galardões, o título mundial. Por esse mundo fora não são assim tantos os wrestlers que se possam orgulhar de ostentar ao ombro ou à cintura um título mundial devidamente reconhecido, vendo-se por aí a importância deste simples pedaço de metal.




No entanto, talvez seja por isso que eu aprecie tanto esta modalidade, a magia do wrestling não se coíbe apenas aos títulos mundiais e, felizmente, que ainda existem “performers” com carreiras que passam icólumes ao lado de qualquer título mundial. Exemplos dessa mesma ideia, que usamos mormente no nosso quotidiano, são as personagens de um qualquer Undertaker, um Bret Hart, um Shawn Michaels ou até mesmo de um Sting, que veja-se a ironia, nunca pisou um ringue sob a égide da maior empresa de wrestling mundial e continua a ser aclamado como um dos melhores wrestlers de todos os tempos. “Rapazes” como estes não são fáceis de encontrar e, geralmente, em tudo o que tocam transformam em ouro ou, como se diz na gíria de Macmahon, traduz-se no prioritário “money”.

Ou seja, qualquer rivalidade em que entrem gerará sempre, com as devidas excepções, bons resultados e grandes expectavivas. Talvez por isso se sinta um enorme saudosismo quando se pronuncia o nome de Bret Hart, ou quando se anseia os regressos de HBK e de “taker” ou até mesmo quando se vai vendo, se bem que ocasinalmente, a passagem de Sting pela empresa de Orlando, já que o seu trabalho não precisa de qualquer título no meio para ser reconhecido, pois a forma como constroem cada combate, a forma como gerem as suas “promos” e as suas rivalidades vão elevando cada vez mais o seu valor enquanto míticas personagens na história do pro-wrestling.

Nos actuais rosters das duas maiores empresas apenas um ou outro nome se pode atrever a pensar em atingir semelhante brilhantismo na sua carreira: Chris Jericho, por tudo aquilo que tem feito desde que voltou e pela forma como tem evoluído a sua personagem, e Triple H, se bem que a constante busca de mais um reinado pelo WWE Title não abone em seu favor, quando seria muito mais útil para o seu “nome” e para a modalidade envolver-se em rivalidades mais pessoais e que não precisem de um pedaço de metal reluzente pelo meio. Mas estes são nomes mais que consensuais, nomes que todos reconhecem e que vão prestando a devida e merecida vassalagem por essa CWO fora, com mais ou menos frequência. Há, contudo, um personagem que apesar de nunca ter atingido o brilhantismo de wrestlers acima mencionados merece uma pequena homenagem e uma inquietante abordagem à já sua longa carreira como praticante de Wrestling profissional.

Ainda na WCW sob ring name de Fit Finlay foi conquistando um ou outro título, casos disso o WCW World Television Title ou o WCW Hardcore Title, mas o prestígio e o reconhecimento que foi alcançando e acumulando na empresa caída em desgraça terá sido bem mais importante que qualquer um dos títulos que conquistou.
A WWE, onde passou a ser conhecido apenas por Finlay, era o seu próximo destino e, por mais que desvalorizemos a sua carreira, torna-se um importante membro no seio da empresa e com o acumular dos anos vai solidificando a sua importância no roster, não como main-eventer ou como “cara da empresa”, até porque apenas o teve na sua posse o Título dos Estados-Unidos, mas como “professor de excelência” sempre disposto em colocar interesses da empresa, na elevação de algum jovem, à frente dos seus objectivos pessoais, que qualquer profissional tem na sua carreira.
A forma como consegue construir um combate, ou seja, com príncipio, meio e fim, e o brilhantismo com que aplica as mais básicas manobras vem provar o seu valor e confirmar as razões do seu crédito junto dos responsáveis da empresa. Por isso, é que trabalha tanto nos bastidores, ajudando e ensinando os mais jovens atletas que vão chegando aos shows televisionados com pouquíssima experiência.

A sua carreira será lembrada por poucos, no entanto, esses poucos saberão bem as razões de se lembrarem de um homem que nunca ostentou um título mundial, de um homem simples e conservador que foi habilitando os mais jovens para o futuro, dedicando-se a cem por cento ao amor de sua vida. Talvez esta não seja a mais justa das homenagens, mas é a MINHA homenagem que sempre recordarei, mesmo quando lhe olhar para o currículo e lhe faltarem os títulos.
Abraço
“this is the real life…”

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Blogger João Lopes comentou:
Percebi onde quiseste chegar, ora vejamos, um título mundial vem acompanhado por prestigio, reconhecimento, e até mesmo de história.

Ainda assim mesmo sem o título mundial, há superstars que têm os parâmetros que referi acima, e que para uns são muito reconhecidos, para outros pouco, mas para alguém, aquela superstar sempre foi, digamos, brilhante.

Os títulos são importantes, mas às vezes a maneira de como se ganham os mesmo, ainda é mais.

Bom texto CE ;)
Abraço.
29 de julho de 2009 às 09:36  
Blogger edgehead comentou:
A par de William Regal, talvez o wrestler mais underrated do balneário da WWE. Extremamente carismático, com uma personagem (pelo menos noutros tempos mais saudosos) de brigão altamente credível e letal, sem grandes exuberâncias, sólido no microfone e sempre capaz de obter excelentes reacção do público. Mas enfim, a WWE nunca apostou em Finlay e hoje, este está velho e, portanto, não será concerteza agora que terá a sua oportunidade de se colocar na posição que lhe foi devidamente merecida, noutros tempos. De qualquer dos modos, a sua função na WWE, enquanto professor, apesar de discreta, é extremamente importante e, como tal, acredito que nos balneários da promotora, Finlay seja detentor de uma posição de respeito, junto aos seus colegas.

Mais um excelente texto e sem dúvida uma óptima forma de se prestar tributo a um dos mais subvalorizados wrestlers a ter surgido no seguimento da década de 90.

Continua, espero pelo próximo!
29 de julho de 2009 às 13:21  
Anonymous Anónimo comentou:
O Finlay não precisa de títulos. O homem é ouro.
29 de julho de 2009 às 16:36  
Blogger KO comentou:
^
Tudo dito.

Só o 'título' de professor dos jovens que surgem já deve ser o prestigiante que chegue, visto que eles estão a tentar desenvolver as próximas caras da empresa.
29 de julho de 2009 às 16:46  
Blogger Captain_Charisma comentou:
Concordo com tudo o que disseste e com os nomes daqueles que não precisam de títulos para serem de "ouro".

Ao Finlay juntava o Regal, tal como disse o Edgehead.

Cumps CE
29 de julho de 2009 às 19:34  
Blogger Menaia comentou:
Basicamente o edgehead "retirou-me as letras do teclado" (LOL!). De facto, Finlay não necessita de ouro, será relembrado pelo estilo "brigão" que tem no ringue e não por quantos títulos tem no palmarés, e, parecendo que não, a par do britâncio William Regal, é uma das susperstars mais fulcrais no que diz respeito a elevar os jovens.

Nice Article. ;D
29 de julho de 2009 às 22:12  
Blogger 14 comentou:
Tudo dito já. Concordo com o Edgehead e com o Napster.

Excelente artigo!

Abraço!
30 de julho de 2009 às 01:03