Por esse Mundo fora há muitos mentirosos, diria até que em cada ser-humano há um mentiroso. No entanto, também são poucos os que conseguem realmente mentir. Por isso, e enquanto bom mentiroso que sou, opto sempre por desconfiar de algo que digam que há primeira vista me parece impossível ou, melhor dizendo, improvável. Não me interpretem mal, porque eu continuo a acreditar nas pessoas, mas existem certas e determinadas “teorias” que não encaixam bem na minha mente, logo, continuo a preferir desconfiar primeiro e depois aceitar do que aceitar e depois encarar a realidade dos factos. Vem este assunto à baila depois de ter assistido ao RAW da madrugada de segunda. Uma edição especial, ainda por cima, mas nunca se lembraria a minha mente que tão inacreditável acontecimento fosse possível. Se eu não tivesse assistido ao show, também não acreditaria no que lá se passou.

Mas começemos pelo início da história. Ora estes últimos dois meses têm sido uma constante roda viva na minha vida, passe a eventual redundância. Como diria qualquer um na minha posição: “A vida de caloiro é f***...”. Não pela exigência escolar, apesar da mesma ser infinitamente superior a qualquer um dos ciclos anteriormente frequentados, mas sim pelo facto do tempo para dormir ser quase nulo, quanto mais para os nossos hobbies. Confesso-vos até que para a família não tem sido fácil encontrar tempo, o que, como devem compreender, é algo deveras inquientante, dada a minha condição de filho único e de estar toda a semana fora. Tudo isto para acrescentar que o meu tempo para o wrestling tem sido pouco mais que nulo, sendo que as minhas actualizações têm sido com as várias notícias ou com uma ou outra crónica da comunidade. Por isso, foi com muita satisfação que na tarde de Terça (dia em que vos escrevo esta espécie de artigo) encontrei umas horas para ver como andava a empresa de Vinnie Mac. Aproveitei para visulizar o Survivor Series, ppv, que em minha opinião, apesar dos bons combates habituais da empresa não se destacou nem passou da banalidade que já começa a ser costume. Primeiro, e falando exclusivamente nos dois main-event’s, esses dois combates foram muito mal construídos, principalmente o da brand vermelha, em que os DX caem de pára-quedas à frente de John Cena, e depois, porque me pareceu que mais uma vez a WWE aproveitou o ppv para lançar umas feuds para o futuro, o que para um evento como este se torna difícil de aceitar, bastando olhar para toda a história do mesmo. Se a ideia era lançar bases sustentáveis para uma feud que envolvesse os títulos munidais porque não usar o soberbo conceito dos combates de eliminação? Era uma boa forma de o fazer e contribuía ,ao mesmo tempo, para outro tipo de dinâmica nos pay-per-view’s, que só é quebrada na noite mágica da Wrestlemania e no Royal Rumble Match. Ou será que Vince criou a regra sagrada de que os títulos mundiais têm de ser defendidos em todos os eventos especiais da empresa?


Depois dessa observação do SS que, mais uma vez digo, não passou da banalidade, aproveitei para continuar tarde fora. Já sabia que era especial, mais que não seja porque por terras de Tio Sam era a típica noite Americana de acção de graças, mas aquilo que vi no RAW foi algo que eu não esperaria nas noites de sexta, quanto mais à segunda, que, como se sabe, tem outro tipo de esteriótipos formados. Obviamente, refiro-me à entrada directa de Sheamus para um main-event do TLC, uma vez que o outro será com toda a certeza ocupado por Undertaker e Batista, que me deixou realmente estupefacto. A minha primeira impressão ao assistir àquele espectáculo foi de alguma estranheza, mas depois de pensar cheguei à conclusão que fazia todo sentido. Ora Orton anda ocupado com Kofi, os DX entraram na batalha pelos títulos de Tag com a dupla Jerishow, naquilo que poderá ser o início do fim de ambas as duplas, MVP e Mark Henry são faces, logo dificilmente teriam hipóteses, The Miz tem o USA Title ao ombro e Jack Swagger ainda não tem mostrado grande coisa, já para não falar do caso de Evan Bourne. Sobrando de todos esses nomes Sheamus, e logo uma superstar que tem como padrinho o mais eloquente dos padrinhos, Triple H.

Não sei o que sairá daqui, no entanto, e para quem se queixava de que os main-event’s vermelhos estavam a tornar-se cada vez mais repetitivos tem agora uma boa oportunidade de retomar as segundas feiras à noite para ver o desenvolvimento deste precoce main-eventer, quanto mais não seja porque ainda há bem pouco tempo pertencia ao roster da ECW. Mas será Sheamus uma verdadeira mina-de-ouro para Vince apostar de uma forma tão incontestável neste artista? Serão as suas capacidades tão superiores a qualquer outro? Parece-me óbvio que o presidente da WWE já percebeu que algo tem de mudar nas noites de segunda, uma vez que as pessoas não andam muito satisfeitas com aquilo que é apresentado, mas será Sheamus o personagem mais indicado para alterar o panorama de segunda que é tão necessário? É isso que espero que seja respondido nas próximas semanas. Do pouco que vi do mesmo fui gostando, mas para se conseguir aguentar no meio de tantos egos terá de mostrar ainda mais. Aguardemos e disfrutemos. Pode ser que tenhámos uma boa surpresa. Assim o espero.

Abraço
“This is the real life...”