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Killswitch Engage #1 - A química (não é da escola).
Post por Fábio Santos


A sério, que se lixem as apresentações… deixar de coisas como do tipo, dizer que idade tenho, em que escola ando, se já chumbei ou não, enfim essas coisinhas… sou o FaBiNhO e ponto final. Pronto eu não quero que fiquem com uma primeiramá impressão minha, por isso vou tentar “espalhar alguma magia”… sejam bem-vindos à primeira edição do Killswitch Engage e como já devem ter reparado, estou aqui para ficar durante algum tempo (dependendo se a administração gostar da minha escrita) e agora vamos passar ao que interessa!



Wrestling… muita gente olha para esta mobilidade e pensa que aquilo não é nada especial e que não gosta daquilo… eles até sabem o quanto o wrestling pode ser falso, mas e daí? Pergunto a esses todos o porquê de não gostarem assistir esta mobilidade, sem sequer terem visto ou assistido! Para mim, é um desporto normal como qualquer um e também é muito bem visto na América, por isso acho que muitas pessoas se enganam quando olham para aquilo… tem de se compreender que apesar das manobras serem todas combinadas ou não, há sempre uma percentagem de se lesionar naquele momento e olhando para pessoas como Shawn Michaels, Triple H, John Cena, Batista, Undertaker, entre muitos outros, nota-se mesmo que até os grandes nem são os mais perfeitos. Os fãs compreendem isso e sabem que para haver momentos “OMG” é preciso, por vezes tomar riscos…

Esqueçam esta pequena introdução que fiz e vamos apenas focar-nos numa palavra que eu referi nesta frase… os fãs! No ano passado, ainda era daquelas pessoas que ainda não tinha assim grandes conhecimentos desta mobilidade e com o tempo, fui adquirindo alguma experiência com os que praticam e com os que criticam há já alguns anos. Uma das perguntas que fiz, foi sobre o que era a química e agora vocês começam a pensar naquela química da escola sobre os electrões e os átomos e por aí fora, mas não é nada disso. Para os que já descobriram após ler a palavra química, sabem do que vou falar… química no wrestling, significa que ambos os lutadores conseguem fazer os fãs estar colados ao ecrã (se for em casa) ou sempre em pé (se for num estádio), basicamente é a conexão entre o público e os lutadores envolventes no combate e para mim, foi sempre um ponto fundamental no wrestling!



O meu tema de hoje envolve sobre os vários exemplos de química e o porquê de ser importante nesta mobilidade, e quando pensamos nesse termo, lembramos um combate tipo AJ Styles vs Kurt Angle, John Cena vs Randy Orton, Shawn Michaels vs Undertaker e por aí fora… é um ponto fundamental porquê? Vamos imaginar este exemplo um bocado exagerado: “Se hoje acontecesse um show de wrestling e que não houvesse ninguém que fosse assistir ao vivo no estádio, para quem é que eles iriam actuar? Só para as pessoas que estão a ver a televisão?”. Sei que foi exagerado, mas nunca se sabe quando poderá acontecer uma situação destas e com isto quero dizer que uma pessoa que estaria a ver televisão e não visse lá os adeptos, não sentia nada daquele combate que estava a acontecer, mesmo que fosse perfeito e obviamente ficava a pensar o porquê de ele estar a assistir quando ninguém está no estádio a dar as suas emoções àquele combate.



Ou seja, eis onde entra este ponto da química… eu acho que para mim, este é um dos pontos fundamentais no wrestling (claro que há mais pontos) e vamos admitir, senão houvesse público, quem é que iria assistir a um Undertaker vs HBK como a Wrestlemania passada? Pode ter sido muito boa a história, mas é óbvio que não vou estar a assistir a esse combate, sem que haja pessoal lá mesmo ao vivo dentro do estádio a assistir. Agora é a parte em que se viram e perguntam, então e os “Empty Arena Matches” são especiais? Eu respondo que sim, porque se formos a ver, aquilo basicamente é um combate não há ninguém, nem sequer comentadores a incomodar os lutadores e é onde apenas contam uma história. Das duas uma, ou esse tipo de combate é um segmento que os bookers querem fazer, ou então querem só mostrar o quanto ódio pessoal têm um pelo outro (exemplo disso: Sting vs Kurt Angle do ano passado ou se não me engano, The Rock vs Mankind). Pronto, este tipo de combate é usado para rivalidades que já estão pessoais demais ou é mesmo para fazerem um segmento qualquer… agora que falámos neste tipo de combate, vamos passar para um bom exemplo dum combate onde os lutadores tiveram grande química.



Undertaker vs HBK do ano passado na Wrestlemania XXV. Se vocês repararem, as coisas começam a um ritmo de troca de murros e de submissões, até que passam aos grandes spots, e a meio do combate, Shawn arriscou um “Moonsault” desde a corda superior até ao chão do exterior e falhou, assim como o “Deadman” arriscou um “Suicide Dive” e para além de ter falhado o alvo, o Sim Snuka não o apanhou bem e só estes dois spots, deixaram o público entusiasmado a meio do combate… depois no final do combate, ambos os lutadores trocaram finisheres com fartura, mas resultou bem, pois o público ficou em pé e os que viram em casa, ficaram colados ao ecrã e já pensavam que aquele ia perder por causa do finisher do XPTO. Lá está… a capacidade de conexão dos lutadores com o público foi simplesmente uma coisa boa, apesar de haver uma parte ou outra na história em que não estavam a contar muito bem. Contudo, nem sempre há combates muito maravilhosos e o exemplo que vem a seguir é o exemplo perfeito de como a química entre eles não funcionou.


Triple H vs Randy Orton pelo WWE Championship na mesma Wrestlemania. Uma coisa que não gostei nada de ver, foi que apesar de ter havido uma história bem trabalhada entre os dois antes deste evento, ter ido por água abaixo por causa da química de ambos… os finisheres ao início não fizeram grande sentido e acho que foi uma das coisas que deixou o público calado ao longo do combate todo. Mesmo com o “DDT” no exterior de Orton e da pancada com a marreta de Triple H em Orton, as coisas não resultaram de nenhuma forma. O pior disto tudo é que a história envolvia não só estes dois, como também os aliados de cada um, ou seja, Triple H tinha os McMahon’s no seu lado e Orton tinha Rhodes e DiBiase, mas nenhum dos aliados apareceu sequer para interferir ou transmitir a nós indirectamente que afinal a história não envolve só eles os dois. Ou seja, por muito técnico que fosse o combate, não importava muito, pois é o público que está lá a assistir no estádio e eles querem ver combates interessantes… não é com uma troca de finisheres no início que vão conseguir atrair o público. O pessoal gosta de ver um começo assim lento e calmo, trocando murros ou submissões ou então ameaçando os seus finisheres ao início, depois vem a parte do mauzão onde implica com o público ou fala mal para o seu adversário e acaba com uma troca ou não de finisheres. É assim que um combate normal deve comportar-se, na minha opinião!

Eu olho para muitos combates e o primeiro ponto que observo é mesmo se eles estão a sacar química do público ou não… só depois é que olho para a história que eles estão a contar no ringue. Pronto e basicamente é isto que acho de como a química pode ser fundamental num combate. Parece que o meu tempo acabou e agora para a minha primeira pergunta nesta edição de estreia:

Acham que a química é um ponto fundamental no wrestling? Porquê?

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Blogger João Lopes comentou:
Primeiramente deixa-me dar-te as boas-vindas à equipa Alliance, espero que gostes do ambiente por cá, e espero também que se avizinhe uma longa estadia nas nossas paredes roxas.

O teu artigo brindou-nos com uma coisa que é fundamental (e isto respondendo logo à tua pergunta final) a química, se repararmos os maiores e melhores combates no mundo do pro-wrestling envolveram quase sempre grandes wrestlers com qualidade suficiente para por um combate nos extremos com uma interacção surpreendente.
De notar que o combate de Shawn Michaels e The Undertaker o ano passado, foi um desses combates, o publico estava realmente a delirar, e as distinções que esse combate recebeu foram bem merecidas. Mas a química não se encontra somente nos matches, mas também em promos, uma boa promo com o adversário e com a química envolvente já é meio caminho andado para dar um brilharete no próprio match.

Gostei da escrita, gostei do texto em si, és uma boa aposta. Fica bem e abraços ;)
21 de março de 2010 às 13:33  
Blogger David Pereira comentou:
Sim, concordo contigo, o objectivo do wrestling é manter o público entretido, e para além de toda a história do combate a ser contada, é preciso saber trabalhar o público.

Há combates com muito poucos "grapples" que têm reacções fantásticas, às vezes, em vez de se perder tempo com "headlocks" logo ao inicio, fazer algo com um "face to face" é sempre algo que coloca o público a delirar (ver The Rock vs. Hogan da WM18), ou então em vez disso olharem à volta e estarem a olhar para o público, vendo toda a atmosfera, e depois, num momento em que o público já não está tão ao rubro, começar o combate propriamente dito, e usar pelo meio bastante "taunts", puxar pelo público e responder aos seus cânticos.

Orton e Triple H tecnicamente deverão ser melhores que Hogan e The Rock, não duvido disso, mas a verdade é que a WWE parecia estar a prometer um combate violentíssimo e não vimos nada disso, não tivemos uma grande "brawl", não se puxou pelos fãs, não houve aquele sentimento em querer ver o "RKO" desfeito, nada disso!

Gostei do artigo, continua ;)
21 de março de 2010 às 18:29  
Blogger Lita comentou:
Gostei bastante da tua apresentação xD.
Bem acho que tens razão e as pessoas deveriam primeiro assistir a um show de wrestling, depois tentar perceber o que é verdadeiramente este desporto e em que consiste e só depois fazer as criticas ou elogios, como queiram.
Gostei também da maneira como descreveste o combate entre Undertaker e Shawn Michaels, e o combate entre Triple H e Randy Orton.

Os combates devem ter sempre história, e uma história que se perceba. Claro que se não houver a sua química, os combates deixam de ter interesse.

Tens aqui um excelente artigo.
Até à próxima ;)
22 de março de 2010 às 19:17  
Blogger Priceless comentou:
Acho que tens razão quanto a tua composição ideal dum combate, se bem que, por vezes, há que alterar a rotina do mesmo, senão tornava-se previsível.

Mas realmente, seria preciso os lutadores terem muita química para conseguirem construir um combate sem terem ninguém a assistir e a transmitir aquela energia única.

Um combate de wrestling sem público é como se uma pessoa fosse para o trabalho nú.

Bom artigo de estreia, Fabinho
22 de março de 2010 às 23:28