O habitat. É a designação do clima, zona, ou região onde vive e se desenvolve qualquer ser organizado. Ser organizado, pois claro que sim, neste caso refiro-me ao ser humano, que vive em sociedade criando a sua cultura, o seu estilo de vida, o estilo de vida que em certos casos pode despertar um interesse aos olhos dos outros. É certo e mais que sabido que os lutadores de pro-wrestling podem albergar grandes casas, carros e afins, mas no final não desfrutam nem de metade dessas “coisas”, e o tempo despendido com as famílias por vezes é muito pouco passando as noites a dormir em hotéis, e afins, a solidão e a saudade por vezes até se pode apoderar daquelas mentes incontroláveis que estão naquele mundo por dinheiro, porque se tem de viver de alguma coisa, e claro por amor ao wrestling. Caso não houvesse a devida atracção que os faz permanecer naquela vida que por vezes é uma porcaria, então não valeria a pena, e eles seriam infelizes ainda mais do que são. Mas o orgulho do seu trabalho e dos resultados finais fazem com que haja uma alegria indescritível, que faz com que os senhores e senhoras que estão dentro daquele ringue de quatro lados fiquem com um sorriso de orelha a orelha, a emoção do momento, faz com que a infelicidade atenue, e os faça lembrar de que mais tarde poderão festejar com as esposas, os filhos etc... e isto claro, em casa. Mas voltar ao seu habitat significa um regresso a casa? Neste caso não, pois o habitat não é casa, o habitat é vida, a carreira que levaram anos e anos a construir, talvez um sonho de jovem tornado realidade aos quarenta e tal, mas há aquele dia que tem de haver um stop, as razões podem ser muitas e eles proferem metade delas, dizem o essencial para não deixar o publico, os fãs que fazem deles super-heróis, ainda mais devastados.

Foi dia vinte e oito de Março de dois mil e dez, a carreira de Michael Shawn Hickenbottom, tem o seu término, as brilhantes lágrimas derramadas, não se ficam pela emoção do próprio mas passam também para os homens e mulheres, rapazes e raparigas que agradecem ao ídolo que deu a sua vida por eles. Mas homens como o The Showstopper, nunca abandonaram os seus queridos, muito pelo contrário, tentaram sempre estar lá nos momentos fulcrais, aliás até os conseguia interserir naquele habitat para verem como o seu pai/marido era aos olhos do mundo.

Agora refluindo bem ao inicio, à adaptação ao habitat, podemos ver que todos eles começaram bem baixo, mas sempre com objectivos bem altos, escolas de wrestling, treinadores que viraram lendas, sonhos tornados realidade, haverá maior satisfação?
E depois é aquela nostalgia que se apodera de nós, quando no fim olhamos para o passado e dizemos que foi tão bom, que foi tão duro até cá chegar... mas que valeu muito o que foi feito.

Depois é adaptação ao novo, mas já velho conhecido habitat, o tempo para os seus queridos, a adaptação a uma vida mas agora sem aquilo que foi a VIDA deles.

Quando cheguei ao blogue que fez surgir este, tinha objectivos, eu queria ser melhor do que era, queria evoluir, queria ficar a conhecer mais, nem sempre consegui cumprir esses objectivos da melhor forma, mas a verdade é que com o passar dos tempos consegui tocar nesses pontos, juntar tudo e agarrar com força. Isto aqui dentro do blogue foi por etapas, a adaptação, o envolvimento com a equipa, a criação de grandes amigos, foi realmente bom, e continuará a ser bom. Mas vou pôr aqui o ponto final no percurso pelo Wrestling Alliance, que foi de todo uma coisa boa que me acompanhou e que eu acompanhei pelo tempo necessário,
não é facil sair do blogue que me fez crescer como escritor de artigos de wrestling, e principalmente como pessoa. E isto realmente era com que um habitat, não era a vida, mas muito do tempo passei aqui dentro, e gostava de deixar um obrigado às pessoas que partilharam este habitat comigo, pessoas como o meu grande amigo Napster, Mr. Kennedy que é a “lenda” do Wrestling Alliance, era o pai desta equipa que depois nos passou o testemunho com muita pena nossa claro, a “nova” geração do Wrestling Alliance que é o Kapitas muito empenhado, e sempre com espírito de querer levar as coisas adiante e muito empenhado no que é seu. E também pessoas que agora pertencem ao WA e outras que já nem pertencem, pessoas como a Yahtzee uma boa amiga, Jacknife que já não está nem no WA nem na comunidade, e mais alguns. A sério que não queria parecer lamechas! Ah e já agora para relembrar o quando da minha entrada para o blog, vou recordar o estilo inicial que usei, a crónica em que eu fazia perguntas a mim mesmo e respondia a mim mesmo:
Então Jippy, ficamos por aqui é?
Mesmo que custe parece que sim...
Ok está bom, então diz adeus aos visitantes do WA!

Adeus pessoal, fiquem bem e abraço.