Wrestling. Wrestling. Wrestling. Estrangeirismo peculiar este que entrou no meu quotidiano há mais de 6 anos. Mais de que uma palavra, esta modalidade tornou-se para mim quase como uma espécie de religião - e então eu, que nem sou muito dado a religiões. Bem, quando digo "religião" falo no sentido de que seguia a modalidade fervorosamente; praticamente todos os dias. Assistia aos shows, lia notícias, enfim, tudo o que um fã fanático - passo a redundância - acabava por fazer.
E esse gostinho por uma modalidade como esta (que sempre foi incompreendida pela maioria da população cá em Portugal, não me venham com merdas) foi crescendo. Crescendo ao ponto de dar por mim a querer ter uma opinião, a querer falar de tudo, de nada... e de mais alguma coisa. Basicamente, o que eu queria mesmo era criticar. Calma, não tomem esta palavra como algo mau, porque (por vezes) não o é. Eu queria criticar tudo o que houvesse para criticar, queria portanto mandar o meu bitaite, dar o meu palpite de bancada, tudo isto para ajudar o wrestling no geral (e WWE no concreto).

Ok, tudo bem, uma opinião não muda o mundo em si, mas ter uma visão dos acontecimentos é de certa maneira muito gratificante. Ou melhor, poder compartilhá-la com pessoas que têm o mesmo "gosto-base" do que eu é que é gratificante. Escrever (e não só sobre wrestling) serve-me de escape para a vida. De certa forma, aperfeiçoei a escrita nesta CWO. Acho até que a modalidade tornou-me menos ingénuo e, por conseguinte, mais 'velho'. Existem situações e acontecimentos que, hoje em dia, acabo por ver com outros olhos, tudo isto devido ao wrestling. E só assim reparo que de facto esta 'coisa' pela qual fui fã durante 6 anos acabou por ter repercussões na minha vida.

E sim, basicamente estou sempre a empregar os verbos no pertérito perfeito, no passado. Porquê? A resposta acaba por ser rápida, no entanto, termendamente complexa: o wrestling acabou para mim. Chamem-me todos os nomes que quiserem, desde "pseudo-fã" a "não-resistente", mas o certo é que para mim, a chama extinguiu-se, o bichinho esvaneceu. Não só por causa do tempo - que por si só não é muito -, não só pela vontade - que já de si é pouca - ...É porque... Nem eu sei porquê.

Sucintamente, isto já não me cativa, ou melhor, cativa-me pouco, pouquíssimo. Não vou estar com merdas: já gostei mais de wrestling. O que, neste momento, atenção, não me torna menos fã do que outrora fui - isso é ridículo, tendo em conta que sempre vibrei pela modalidade logo, sempre fui um verdadeiro fã. Até ao fim. E o fim chegou. Agora, como dizem os ingleses, just let it go...

Para além do meu gosto ter decrescido, sinto que não tenho muito mais para comentar sobre a modalidade e, quando assim é, o meu trabalho por aqui está feito. Na CWO, também guardo bons momentos: destaco todos os companheiros destas andanças, pelo menos, todos dos blogs por onde passei (embora fora desses blogs, na restante comunidade, também tenha conhecido boa gente). Não quero enumerar ninguém, pois poderei sempre esquecer-me de pessoas e seria injusto. Mas acreditem que vocês sabem que tiveram um papel preponderante nesta minha caminhada, eu sei que sabem.

Ah, e relativamente a picardias, também as tive, é certo, mas agora que vejo bem as coisas não me trouxe nada de novo... a não ser o amadurecimento. Enfim, a todos esses que me foderam o juízo e que não gostavam de mim, um sincero obrigado. O Napster foi sempre um cabrãozeco de um puto que tinha a mania que sabia falar sobre wrestling, porque sabia mesmo, e que fazia entrevistas óptimas, pois lá isso o eram, e que era um administrador exemplar, uma vez que nunca descurou o blog, mas lá no fundo só estava aqui para se divertir e era um coração-mole.

Quero apenas deixar uma breve nota: a todos os que realmente gostam de wrestling e que gostam de aqui estar, que lutem. Lutem por não deixar a modalidade morrer e lutem para que a vossa voz possa ser ouvida. Sei que isto parece um pouco hipocrita da minha parte, uma vez que estou a sair daqui, mas enfim, não poderia deixar de fazer essa ressalva. Não deixem que outros ou as circunstâncias da vida vos tirem de uma estrada que vocês realmente querem percorrer. Porém, quando se torna inevitável chegar ao fim da linha, saiam de cabeça erguida.

Etiquetas: Back In Black

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